A recente decisão da Anvisa, publicada no Diário Oficial da União, que torna obrigatória a retenção da receita médica para a compra de canetas emagrecedoras como o Ozempic, reacende um debate urgente: o uso indiscriminado de medicamentos para emagrecimento e os seus impactos na saúde geral e estética dos pacientes.
Segundo a Dra. Natalia Canto, especialista em estética avançada, embora o emagrecimento possa ser um objetivo saudável, quando acontece de forma acelerada e sem acompanhamento médico, traz consequências sérias para a pele e a estrutura corporal. “A perda rápida de gordura, especialmente em regiões como rosto, braços, abdômen e glúteos, pode provocar flacidez, perda do contorno facial e corporal, além de prejudicar o colágeno e a sustentação natural da pele”, explica.
Automedicação: um risco real – O Ozempic é um medicamento originalmente indicado para o tratamento do diabetes tipo 2, cujo princípio ativo — a semaglutida — passou a ser utilizado também para controle de peso, com autorização em alguns casos específicos. No entanto, o uso sem prescrição é expressamente contraindicado.
“A automedicação com substâncias como a semaglutida é perigosa, porque pode levar a efeitos adversos graves, como náuseas intensas, pancreatite, desidratação e até alteração da função renal”, destaca a Dra. Natalia. “Além disso, muitas pessoas usam sem avaliar se realmente precisam, sem preparo metabólico e sem suporte nutricional ou estético adequado”, completa.
Uso correto: o que a Anvisa permite – No Brasil, o Ozempic é aprovado para o controle de diabetes tipo 2. Já a semaglutida na dosagem específica para controle de peso (comercializada como Wegovy em outros países) ainda não tem aprovação para uso estético ou para emagrecimento em pessoas saudáveis. A nova medida da Anvisa visa exatamente coibir o uso recreativo e não supervisionado do medicamento.
Estética e emagrecimento caminham juntos – A Dra. Natalia Canto ressalta que, para quem faz uso do medicamento com indicação médica e deseja manter os resultados estéticos, é essencial aliar o processo de emagrecimento a tratamentos de estímulo de colágeno, bioestimuladores, ultrassom microfocado e radiofrequência.
“Não adianta perder peso rapidamente e depois se sentir incomodado com a aparência flácida da pele. A abordagem estética deve caminhar junto com o processo de emagrecimento, sempre com acompanhamento profissional qualificado”, conclui.
