Explosão em Olinda: Especialista volta a alertar sobre os riscos da falta de fiscalização do governo em veículos convertidos para o GNV

Explosão em Olinda: Especialista volta a alertar sobre os riscos da falta de fiscalização do governo em veículos convertidos para o GNV

Explosões, incêndios, e sérios riscos à população. Esse é o risco que estamos correndo em Pernambuco em decorrência da falta de fiscalização do governo do estado de Pernambuco nos carros que realizam a conversão para o GNV como combustível. Na semana passada, um cilindro de Gás Natural Veicular (GNV) explodiu em um posto de gasolina na Avenida Olinda, no bairro do Varadouro, em Olinda. O caso foi registrado por populares que estavam passando pelo local e de acordo com o Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (CBMPE), uma pessoa ficou ferida.

GNV

O Engenheiro Mecânico Wagner Barbosa, Diretor Técnico da ANEOI – Associação Nordestina da Segurança Veicular, fez o alerta sobre a falta de fiscalização e do perigo que ocorrências como a de Olinda, no último dia 05 de setembro. Ele ressalta ainda que em Pernambuco, atualmente, mais de 100 mil veículos estão circulando no estado de forma irregular ou clandestina.

“São veículos que estão rodando com a fiscalização da conversão em atraso, onde seus equipamentos podem estar operando indevidamente, e o pior, cerca de 50 mil veículos podem estar circulando de forma totalmente clandestina, ou seja, que sequer tenham passado pelo menos uma vez pela Inspeção do INMETRO”, aponta Wagner Barbosa.

O Engenheiro lembra ainda que, de acordo com a lei, a conversão deve ser feita em um estabelecimento registrado pelo INMETRO e a instalação deve seguir as normas estabelecidas pelo INMETRO/SENATRAN/ABNT. Além disso, é preciso que seja realizada a inspeção de segurança veicular para emissão de CSV – Certificado de Segurança Veicular, em uma ITL – Instituição Técnica Licenciada, que a maioria dos motoristas conhece por INMETRO, para atestar a qualidade da instalação, a segurança e a emissão de poluente destes veículos, antes de transitar.

Fiscalização inexistente

“O que se observa atualmente é a falta de fiscalização, por parte do governo do estado, dos veículos que estão já circulando irregularmente sem passar por uma inspeção, que elimina todos os possíveis riscos decorrentes das conversões. Atualmente, temos mais de 80% da frota com a inspeção anual em atraso e com o CSV emitido a mais de um ano, isso é de uma negligência absurda, criminosa”, afirma Wagner.

O caso recente em Olinda reacende o alerta para os riscos que motoristas, passageiros, pedestres e os profissionais que abastecem os carros nos postos estão correndo. Com o impacto da explosão, janelas de um prédio que fica ao lado do posto de gasolina acabaram quebrando. Sem falar que uma pessoa ficou ferida e corre o risco de perder a audição. Recentemente no Rio de Janeiro tivemos um cenário parecido, onde vários acidentes ocorreram de forma simultânea. Lá a ausência de fiscalização estava no mesmo nível em que o estado de PE se encontra atualmente, com cerca de 70% da frota circulando de forma irregular.

É importe ressaltar que uma das principais vítimas destes acidentes são os funcionários de postos de abastecimento.. Além, claro, das pessoas próximas ao veículo. A ocorrência de óbito nesses acidentes são bem frequentes.

“O estado de RJ só resolveu o problema com a implantação de um sistema permanente de fiscalização. Hoje não vemos mais ocorrência de acidentes lá. A segurança está garantida com a redução significativa dos veículos irregulares. Isso precisa ocorrer aqui em PE, pois os acidentes não anunciam quando irão ocorrer. Sabemos que estamos num patamar de veículos irregulares muito preocupante, e o risco de acidente está na eminência”, alerta novamente Wagner Barbosa.

Para o especialista, essa ausência de fiscalização permite que veículos que passaram por conversões em empresas irregulares, sem oferecer qualquer garantia, estejam nas ruas, podendo trazer prejuízos aos proprietários e riscos desnecessários a condutores, passageiros e a sociedade em geral, ninguém fica imune a esse risco.

“Precisamos alertar a sociedade pernambucana para essa falta de fiscalização que, de acordo com o artigo 106 do Código de Trânsito Brasileiro, é obrigação do Estado”, acentua Wagner.

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