Candidatura da Delegada Patrícia derrubou a direita no Recife

Candidatura da Delegada Patrícia derrubou a direita no Recife

A delegada Patrícia Domingos teve uma importante atuação à frente da Decasp, ainda que não esteja livre de críticas quanto a falhas em sua gestão. Porém, com a extinção conturbada da delegacia para a criação da Draco, Patrícia se viu nos holofotes e despertou o interesse na política de uma cidade que ela pouco conhecia para além da sua atuação profissional.

Tendo se tornado um pequeno fenômeno, também despertou o interesse do deputado Daniel Coelho, que via em Patrícia uma possível apoiadora para mais uma disputa de Daniel para prefeito do Recife. Isso fez com que Daniel Coelho levasse e abrisse as portas para Patrícia em Brasília. Porém, posteriormente, Patrícia frustrou os planos de Daniel ao assumir que também pretendia disputar a prefeitura do Recife.

Daniel Coelho, Mendonça Filho, Alberto Feitosa, Marco Aurélio e a Delegada Patrícia chegaram a negociar uma união de candidaturas na pré-campanha. Entretanto, mais uma vez, Patrícia foi a primeira a romper uma possível união, tendo lançado oficialmente sua campanha sem ao menos avisar aos demais pré-candidatos que estava encerrando as negociações, uma prática comum na política.

Após esse ato de Patrícia, ficou evidente que não era mais possível uma única candidatura, o que fez com que Alberto Feitosa e Marco Aurélio também lançassem suas candidaturas. Mas Mendonça e Daniel Coelho seguiram negociando uma união e, para definir quem seria o candidato a prefeito, ficou acertado que se Daniel Coelho conseguisse angariar o apoio do PSL, ele seria o candidato, e se não conseguisse, ele apoiaria Mendonça. O resultado, todos já sabem. Daniel Coelho não conseguiu o apoio do PSL, do PL e do PSC, mas se recusou a apoiar Mendonça, tendo partido para ser coordenador de campanha da delegada Patrícia.

A campanha de Patrícia, apesar de nunca ter sido competitiva, estava em leve ascensão quando estourou o escândalo das publicações em que ela ofendia o Recife. Isso fez com que Patrícia passasse a ter a maior rejeição na capital e despencasse nas pesquisas.

Vendo-se em desespero, Patrícia aceitou uma proposta de Gilson Machado para negociar o apoio do presidente Jair Bolsonaro à sua candidatura. Ao aceitar o apoio de Bolsonaro, a rejeição de Patrícia continuou subindo, mas suas intenções de voto voltaram a subir levemente, e o que é mais grave, ela retomou uma consistência em seu eleitorado, o que fez com que o voto útil em Mendonça se tornasse mais difícil.

O resultado já é do conhecimento de todos, Mendonça deixou de tirar o PT da disputa e ir para o segundo turno por causa de menos de 22.700 votos. A delegada Patrícia, Daniel Coelho e o presidente Jair Bolsonaro sacramentaram a derrocada da direita no Recife e garantiram que o segundo turno fosse disputado entre o PT e o PSB.

Foto: divulgação/divulgação/EBC.

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