Após a divulgação da pesquisa eleitoral do Instituto Conectar nesta segunda-feira (10), vários eleitores de direita descreditaram a lisura da pesquisa, muitos sem analisar os fatos.
No cenário com a maioria dos pré-candidatos, João Campos tem 16%, seguido de Mendonça Filho (14%), Daniel Coelho (14%), Marília Arraes (12%) e Patrícia Domingos (12%). Já no cenário sem Patrícia e Daniel, que é o que a oposição tem a melhor performance, João Campos tem 24%, Mendonça Filho tem 22% e Marília Arraes 21%.
João Campos aparece empatado tecnicamente com os outros pré-candidatos, mas já em primeiro em todos os cenários. O herdeiro político de Eduardo Campos conta com um batalhão de vereadores, pré-candidatos, líderes comunitários, conselheiros tutelares, comissionados e outras lideranças que carregam o nome dele nas comunidades e até dentre a classe média do Recife.
O PSB está em uma posição relativamente confortável, comandando o Governo de Pernambuco há quatorze anos e a Prefeitura do Recife há oito. Também é o partido que tem mais recursos financeiros para destinar para essa campanha na capital de Pernambuco.
Apesar de João Campos ser o pré-candidato mais novo, não ter experiência de gestão e de a Prefeitura do Recife ter sido atingida por escândalos relacionados a gastos que deveriam ser destinados ao combate à Covid-19, o PSB conta com a desatenção do eleitorado recifense, que já mostrou mais de uma vez que tem predileção por votar nos herdeiros políticos de Miguel Arraes.
O caminho para a direita chegar ao segundo turno gira em torno da unidade do eleitorado simpático ao presidente Jair Bolsonaro, que representa cerca de 31% dos eleitores quando se considera a avaliação Boa e ótima e vai até 54% quando se acrescenta os que consideram Regular (uma parcela de 23% do eleitorado que não tende a ser influenciada positiva ou negativamente pelo Presidente da República). Porém, a aposição no Recife já apresenta um número excessivo de pré-candidaturas, algumas já lançadas e confirmadas na disputa, o que tende a dividir os votos da direita.
Não é possível saber no momento se o grande número de pré-candidaturas na oposição é fruto do acaso ou teria influência obscura do Palácio do Campo das Princesas em alguns nomes, já que se beneficia com o atual cenário. De toda forma, de nenhum jeito é prudente que a direita do Recife subestime a candidatura de João Campos, que tem pleno favoritismo no pleitos. Quem avisa amigo é.
*A pesquisa do Instituto Conectar foi encomendada pelo diretório nacional do Democratas, que é um partido de oposição o PSB no Recife e em Pernambuco, e foi registrada no TRE sob o número PE-05458/2020.
Foto: Câmara Federal.