Nas últimas semanas, tem se falado muito da divisão da oposição na disputa pela Prefeitura do Recife. Porém, a divisão da esquerda passou quase que despercebida nos notícias e principalmente entre os blogs e analistas.
A esquerda domina a prefeitura do Recife há vinte anos, 12 com o PT e 8 com o PSB, e, com a máquina na mão, tinha tudo para vencer a disputa no primeiro turno em 2020.
Porém, o PT estadual de Humberto Costa e o PT do Recife não conseguiram segurar o ímpeto de crescimento da deputada Marília Arraes, o que causou a primeira grande divisão na esquerda recifense em 2020.
Apesar de pontuar bem nas pesquisas, Marília Arraes foi impedida pelo PT nacional de disputar o Governo de Pernambuco em 2018 para que o partido contasse com o apoio do palanque do PSB no estado.
Já em 2020, pelo contrário, o diretório estadual e o municipal foram contrários a uma disputa pela Prefeitura do Recife, enquanto o nacional garantiu que Marília tivesse o direito de disputar.
Marília chega a pontuar em primeiro lugar em algumas pesquisas, como na pesquisa encomendada pelo PDT e na pesquisa divulgada pela CBN, garantindo que sua candidatura dará uma grande dor de cabeça ao seu primo, João Campos, ainda que os petistas tenham estabelecido que não haverá críticas ao PSB na disputa.
A outra grande divisão veio por parte do PDT, com o lançamento da pré-candidatura de Túlio Gadêlha. Apesar de subestimado por muitos, a pesquisa encomendada pelo PDT, que aponta números críveis, mostra que Túlio cresce muito quando o eleitor é informado que ele tem o apoio de Ciro Gomes, expoente nacional do partido.
Ciro Gomes foi o terceiro candidato a presidente mais votado no primeiro turno no Recife em 2018, tendo ficado com 16,71% dos votos, pouco mais da metade dos votos de Fernando Haddad. Isso mostra que ele é uma força a ser considerada na capital.
Diferente da oposição, que tem uma postulação mais forte de Mendonça e uma um pouco mais fraca de Patrícia Domingos, com algumas outras candidaturas muito pequenas, a esquerda pode ficar dividida em três partes similares, o que é muito mais prejudicial e pode possibilitar que um candidato de direita chegue ao segundo turno.
Foto: divulgação/Facebook.
