Empresário que Paulo Câmara recebeu em Pernambuco foi preso por corrupção no Rio de Janeiro

Empresário que Paulo Câmara recebeu em Pernambuco foi preso por corrupção no Rio de Janeiro

Nesta quinta-feira (05), o governador Paulo Câmara recebeu no Palácio do Campo das Princesas o empresário Ronald de Carvalho, que é presidente do grupo MBP (Metalúrgica Barra do Piraí). Na ocasião, aconteceu a assinatura do protocolo de intenções para instalação de uma indústria do grupo em Ribeirão, na Mata Sul de Pernambuco.

Porém, o que passou despercebido pela mídia pernambucana, até a divulgação desta matéria, é que o empresário Ronald de Carvalho está envolvido em diversos escândalos e é acusado de corrupção no Rio de Janeiro e no Distrito Federal, tendo sido preso em 2019.

As ligações do empresário Ronald com obras públicas parecem ter iniciado através do intermédio dos ex-governadores do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB) e Pezão (MDB). Em 2018, o Ministério Público do Rio de Janeiro passou a investigar Ronald por suspeita do recebimento de propina no fornecimento de contêineres para a instalação de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

Ex-governador do Rio Sérgio Cabral (à esquerda) e Ronald de Carvalho (Foto: Diário do Vale/Reprodução)

Ainda em 2018, Ronald de Carvalho também foi citado na Lava-jato do Rio de Janeiro por realizar a compra de um imóvel do então deputado estadual e presidente da Alerj, Jorge Picciani (MDB), por um valor quase dez vezes maior do que valia. O imóvel era avaliado em R$ 219 mil e foi comprado por R$ 2 milhões.

Já em 2019, o Ministério Público do Distrito Federal realizou uma operação em que prendeu Ronald de Carvalho, que foi acusado de, sob o comando do ex-governador Sérgio Cabral, receber R$ 1 milhão em propinas para cada UPA construída fora do Rio de Janeiro.

Nota de esclarecimento da empresa à época sobre a prisão de Ronald de Carvalho.

Um dia após ser preso, Ronald recebeu um habeas corpus do desembargador Jesuino Rissato, do TJDFT, que alegou que a prisão era desnecessária, tendo em vista que Ronald não representava perigo para a sociedade.

Em 2020, o ex-governador Sérgio Cabral afirmou em delação que o então governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, que chegou a ser vice-presidente de Néstor Kirchner e embaixador da Argentina no Brasil, o contactou para ser apresentado a Ronald de Carvalho, para que este firmasse um contrato de R$ 1 milhão de dólares para construir UPAs na Argentina. Segundo Cabral, o negócio foi firmado e, em troca, 10% de comissão em propina foi paga para Scioli.

Foto: Hélia Scheppa/SEI

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