“João Campos não acredita na recuperação do Capibaribe”, diz Alcides Cardoso ao cobrar da prefeitura ações contra o abandono e descaso com o rio

“João Campos não acredita na recuperação do Capibaribe”, diz Alcides Cardoso ao cobrar da prefeitura ações contra o abandono e descaso com o rio

Depois de visitar na semana passada um canteiro de obras abandonado do Projeto de Navegabilidade do Rio Capibaribe, o vereador Alcides Cardoso (DEM) disse que o rio está esquecido pelas gestões do PSB e cobrou da gestão municipal ações reais de recuperação de um dos principais pontos turísticos do Recife. “Há anos, o Capibaribe vem sendo maltratado e negligenciado, isso ficou ainda mais evidente nas gestões do PSB, que não fizeram absolutamente nada para recuperar esse patrimônio natural da nossa cidade”, afirmou.

De acordo com o democrata, há vários sinais da negligência dos socialistas com o principal rio que corta o Recife, como os mais de 150 pontos de despejo de esgoto entre o bairro de Dois Irmãos e o Marco Zero, a promessa de Geraldo Júlio de atingir 60% em coleta e tratamento de esgoto e mal passando de 40% em oito anos, o elevado índice de poluição, o crescente número de famílias morando em palafitas nas margens do rio, e a ausência completa de uma política pública ambiental de recuperação do Capibaribe.    

No entanto, o principal símbolo desse descaso, para Alcides Cardoso, é o Projeto de Navegabilidade do Rio Capibaribe. O plano, anunciado pela gestão Eduardo Campos (PSB) em 2012 como uma das prioridades para a Copa do Mundo de 2014, foi orçado em R$ 289 milhões através do Programa Rios da Gente, com recursos do PAC Mobilidade. A obra jamais foi concluída, mesmo consumindo até o momento R$ 81,5 milhões.

Embora reconheça a origem federal dos recursos, o democrata avalia a omissão da Prefeitura do Recife como determinante para o completo abandono do projeto. Na semana passada, durante uma visita a um local que deveria ter sido um canteiro de obras ao lado do Parque Santana, na Zona Norte, Alcides Cardoso comprovou um total de 65 tubos de aço que seriam usados na dragagem do rio, mas que há sete anos estão enferrujando sem nenhuma proteção.    

“Um plano anunciado com toda pompa como opção ao trânsito caótico do Recife e está no limbo. Todos os canteiros de obras abandonados, embarcações enferrujando, estações nunca construídas”, disse. “A prefeitura nunca se esforçou para concluí-lo. São gestões coirmãs, estadual e municipal, que desde 2012 fazem muita propaganda e não entregam quase nada à população. R$ 81,5 milhões jogados fora até agora. Onde está esse dinheiro?”, questionou, lembrando que o projeto é investigado pelos tribunais de contas de Pernambuco (TCE-PE) e da União (TCU).  

Para o democrata, a maior demonstração de que o projeto naufragou antes mesmo de ser concluído foi dada durante a campanha eleitoral de 2020. “O prefeito João Campos admitiu na época que a obra iniciada na gestão de seu pai foi um erro. Ele não acredita na navegabilidade do Capibaribe como ponto de transporte do sistema integrado, como declarou na imprensa, assim como não acredita na recuperação do rio”, ressaltou Cardoso.

Ao mostrar a situação deplorável do Capibaribe, Alcides Cardoso reforçou que a deputada estadual Priscila Krause (DEM) já havia denunciado o mesmo cenário através do documentário “Expedição Capibaribe”, produzido há quase quatro anos. Ele alertou que a população vai sofrer ainda nos próximos anos caso o rio não passe por um completo processo de revitalização e despoluição, principalmente no trecho que corta todo o Recife.

“Participei da Expedição Capibaribe junto com a deputada Priscila Krause, desde a nascente até a foz, aqui no Recife. Conheço bem essa triste realidade do rio”, pontuou Alcides Cardoso. “O rio não aguenta mais tanto descaso, ele tem uma função muito importante no desenvolvimento turístico, econômico e ambiental do Recife. Trabalhar pela recuperação do Capibaribe é garantir um futuro mais seguro e sustentável na nossa cidade”, destacou.

Sobre o anúncio do prefeito João Campos na semana passada de iniciar a construção do Parque das Graças, projeto às margens do rio entre as pontes da Torre e da Capunga, cujo projeto foi anunciado com área para ginástica, mirantes e área de refúgio da fauna, Alcides Cardoso mencionou outra obra na localidade que nunca foi concluída e disse que esse tipo de iniciativa não terá impacto positivo na saúde do rio.

“O projeto de pavimentação e requalificação da Avenida Beira-Rio no trecho entre essas duas pontes, do lado das Graças, nunca foi concluído, uma licitação de 2013”, lembrou. “Antes de anunciar uma nova obra em início de mandato, apenas para fazer propaganda de 100 dias de governo, deveriam recuperar o rio e finalizar outros projetos, como este da Beira-Rio. Essa maquiagem não vai salvar o Capibaribe”, finalizou.

Foto: Phillipe Jonathan 

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