Jovem, rico e socialista: como João Campos lidera as pesquisas no Recife?

Jovem, rico e socialista: como João Campos lidera as pesquisas no Recife?

As últimas pesquisas para prefeito do Recife tem causado descrença entre os leitores do Pernambuco em Pauta e os eleitores de direita. Em que pese o descrédito dos institutos de pesquisa ao longo dos anos, há motivos claros que permitem compreender por que João Campos (PSB) está na frente na maioria das pesquisas que foram feitas para a Prefeitura do Recife.

Primeiramente, deve-se considerar que João Campos foi eleito o deputado federal mais votado da história de Pernambuco, com 460.387 votos. Essa votação se deveu a dois fatores que também influenciarão o desempenho dele no pleito municipal: uma parcela significativa dos pernambucanos tem a tradição de votar na família Arraes/Campos e a candidatura de João Campos foi uma das prioridades nacionais do PSB.

No pleito municipal, não é diferente. João Campos recebeu a maior doação de um partido na primeira semana da Campanha, R$ 5.25 milhões, o que evidencia que a sua campanha é prioridade máxima dentro do PSB.

Outro fator que pesa muito a favor de João Campos é o exército de candidatos a vereadores (muitos com mandato), assistentes sociais, líderes comunitários e comissionados da prefeitura e do Governo de Pernambuco que defendem o seu nome e estão dispostos a ir para as ruas pedir voto para o socialista.

Outro fator que irá favorecer sua candidatura é que ele tem o maior tempo de televisão e rádio entre todos os candidatos, são 03:57 no guia e 16:38 nas inserções. A título de comparação, Mendonça tem 02:06 e 08:49 e Marília Arraes tem 01:23 e 05:48.

Um fator decisivo que prejudica João Campos é o fato de sua prima, Marília Arraes (PT), estar disputando o mesmo eleitorado com ele. Já as denúncias de corrupção, apesar de terem ecoado entre a classe média, não parecem ter interferido muito na popularidade do socialista entre as classes C, D, E e F, muito mais atentas às estruturas de campanha. Também não preocupa a uma parcela significativa do eleitorado o fato de João Campos ser absolutamente inexperiente em gestão pública, mas uma outra parcela do eleitorado estará atenta a isso.

Por todos esses motivos e alguns outros, o candidato do PSB não é um nome a ser subestimado pelo eleitorado conservador que, se quiser chegar ao segundo turno e vencer, terá que se unir ao candidato da direita que estiver mais bem posicionado no pleito.

Foto: divulgação/Facebook.

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