A vereadora Michele Collins (PP) se manifestou contrária ao projeto de lei Ordinária (PLO) número 08/2022, de autoria de Liana Cirne (PT), que institui como “Guardião da Cidade do Recife” o orixá Xangô e dá outras providências. “Com todo respeito às religiões de matriz africana, não podemos permitir que a Câmara Municipal do Recife vote um projeto dessa envergadura. Seria algo contra todas as outras religiões”, disse.
Na reunião plenária híbrida que a Câmara Municipal do Recife realizou na manhã desta segunda-feira (14), Michele Collins afirmou que a proposta de Liana Cirne é uma questão subjetiva, pois assim como ela deseja ter Xangô como guardião do Recife, outras pessoas de religiões cristãs lhe procuraram para dizer que não concordam com a ideia. “Como já disse, tenho respeito aos povos tradicionais de matriz africana, mas a maioria da população recifense é cristã”, disse.
Michele Collins afirmou que, no projeto de lei, Liana Cirne compara a sua proposta com a aquela que tornou a santa católica, Nossa Senhora do Carmo, padroeira do Recife. “Mas a padroeira do Recife não foi determinada por ato parlamentar desta Casa. Ela foi declarada padroeira pelo papa Pio X e depois aclamada pelo povo”. A vereadora fez um apelo para que Liana Cirne reveja o projeto de lei. “Não podemos beneficiar uma religião em detrimento de outra”, repetiu.
De acordo com Michele Collins, o projeto de lei fomenta a intolerância religiosa, pois entende que ele coloca as religiões para refletirem sobre a prioridade que é dada a uma religião em detrimento de outra. “O projeto, por exemplo, é antibíblico. A Bíblia, no Salmo 127, diz que se o senhor não guardar uma cidade, em vão trabalham aqueles que guardam a cidade. Por isso, espero que possamos fazer essa análise sem intolerância, mas com respeito a todas as religiões”.
Foto: Divulgação/Câmara do Recife.
