Oposição critica a nova quarentena de Pernambuco na Alepe

Oposição critica a nova quarentena de Pernambuco na Alepe

A  implementação por dez dias, a partir desta quinta (18), de medidas restritivas a atividades sociais e econômicas em Pernambuco gerou debates no Plenário da Alepe. Na tentativa de conter o novo coronavírus, o decreto do Poder Executivo veda até 28 de março, em qualquer dia e horário, o funcionamento de estabelecimentos e serviços não essenciais. A iniciativa recebeu críticas de parlamentares de oposição em Pernambuco, que foram contra a forma que foi feito ou até contra a sua necessidade.

Primeiro a tratar do tema, o deputado Romero Sales Filho (PTB) não questionou a eficácia da quarentena, mas apontou a falta de interlocução com os representantes dos setores afetados, inclusive os trabalhadores informais. Na avaliação dele, atitudes preventivas, como o aumento do número de ônibus e escalonamento de horários, deveriam ter sido adotadas.

“A questão não é o lockdown, mas as incongruências das ações do Governo Estadual, a falta de diálogo com o povo e de planejamento. Abre-se ou fecha-se tudo de forma autocrática, gerando descrédito em toda a população”, afirmou. Ele defendeu, ainda, medidas de suporte econômico aos trabalhadores, salientando que 40% da população de Pernambuco vive com menos de R$ 15 por dia.

Contrária às restrições, a deputada Clarissa Tércio (PSC) apresentou um projeto de decreto legislativo (PDL) para suspendê-las. “Vou insistir nisso, pois não acredito no lockdown para controle do coronavírus. É um desrespeito com a população pernambucana, que precisa pagar suas contas”, frisou, incentivando campanhas nas redes sociais nesse sentido.

Segundo a parlamentar, pessoas que têm pequenos negócios estão “sem saber como vão pagar seus boletos”. “Enquanto isso, Pernambuco quer saber qual é o critério para definir o que é essencial ou não. Por que as concessionárias de veículos podem continuar abertas?”, indagou. Ela ainda manifestou apoio ao novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Na sequência, o deputado Alberto Feitosa (PSC) analisou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de reconhecer como competência concorrente entre Estados, municípios e União as iniciativas de combate à Covid-19 permitiu ao Governo de Pernambuco agir de forma “draconiana”. Para ele, fechar setores da economia é ineficaz contra a propagação da Covid-19. 

O parlamentar defendeu que o Laboratório Farmacêutico de Pernambuco (Lafepe) passe a produzir Azitromicina, Ivermectina, óxido de zinco e vitamina C. “As pessoas vão ficar em casa e adoecer, e não têm tratamento preventivo”, sustentou.

Feitosa ainda elogiou a campanha de imunização do Governo Federal. Segundo ele, o Brasil é o sexto país no mundo em número absoluto de vacinados. Já Pernambuco teria feito “mau uso” do dinheiro repassado pela União para o combate à pandemia e falhou em se associar a outros Estados para a compra de vacinas. “O governador usou R$ 70 milhões para pagar dívida pública, comprou respiradores que não foram entregues e pagou adiantado por hospitais que não foram utilizados”, acusou.

Fotos: Alepe

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