Mais de 50% da água que é tratada em Pernambuco não chega à torneira da população, segundo levantamento do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Esse é apenas um de uma série de problemas enfrentados por quem depende da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). Essas dificuldades foram elencadas pelo deputado estadual Romero Sales Filho (PTB), nesta quarta-feira (24), durante sessão plenária da Assembleia Legislativa. O parlamentar destacou um levantamento da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que mostra o Estado com a menor oferta do país. Infelizmente, mais da metade dos pernambucanos não têm água em casa pois falta manutenção e há inúmeros vazamentos na rede de abastecimento. Ainda de acordo com o SNIS, o restante do país registra oferta de 35 milhões de litros de água ao ano por cidadão em média, enquanto Pernambuco contabiliza 1,2 milhão de litros por pessoa, ou seja, o número no estado é quase 30 vezes menor que a média nacional.
“Enquanto a Compesa prega uma política fora da realidade para aparentar ser referência nacional na qualidade da prestação de serviços de abastecimento de água e saneamento, sabemos que a verdade é outra: desserviço prestado ao povo. O retrato dessa gestão, que de positiva apenas as propagandas, construída pelas propagandas. A Companhia ocupou a quarta posição no ranking de empresas com mais reclamações registradas no Procon, em 2020, com queixas como falta de abastecimento, má qualidade da água, demora no atendimento, cobrança indevida, além dos transtornos causados por obras inacabadas”, denunciou Sales Filho.
Preocupado com a péssima qualidade dos serviços prestados à população, o parlamentar tem cobrado soluções desde que assumiu o mandato. “A questão do desabastecimento e descaso da Compesa com os pernambucanos já integra os nossos pleitos. O problema é que o Governo não busca solução. Só do meu gabinete, são mais de 40 indicações que demandam melhorias no abastecimento, na infraestrutura, no saneamento básico e a conclusão de obras que impactam de maneira direta no desperdício de água e melhoria da rede de esgoto. O Governo do PSB promete uma série de obras há anos, como a adutora do Agreste e as barragens da Mata Sul. Mas tudo fica apenas na promessa! Enquanto responsabiliza os municípios, o PSB argumenta que não recebe recursos do Governo Federal. Na verdade, recebeu, entre 2019 e 2021, só para saneamento e abastecimento, R$74,7 milhões, segundo o Portal da Transparência da União”, frisou.
Porto de Galinhas – Depois de muitos pedidos do mandato do deputado Romero Sales Filho, de reuniões com Compesa, Secretaria de Infraestrutura e Governo Federal, para que as verbas fossem destravadas, a gestão estadual resolveu autorizar o início do processo de contratação das obras da primeira etapa do Sistema de Esgotamento Sanitário de Porto de Galinhas. Os recursos superam a ordem de R$60 milhões. A expectativa é de que o serviço seja concluído até 2023. Caso já tivesse sido feita, a obra teria beneficiado mais de 28 mil moradores, elevando o índice de saneamento do município de 20% para 60%. Segundo Romero, foi a Prefeitura do Ipojuca que, em 2017, conseguiu junto ao Governo Federal por meio do Ministério das Cidades, recursos para concluir a obra. A seleção para realização do esgotamento sanitário foi vencida pela Compesa, que não colocou a obra como prioridade.
Foto: divulgação/Alepe.