Apesar de os principais postulantes à Prefeitura do Recife de oposição não terem chegado a um entendimento por uma candidatura única, isso não significa que o mesmo será seguido pelo eleitor de centro-direita e direita no Recife.
Dentre as pré-candidaturas que já estão postas, apenas duas apresentam pontuação competitiva nas pesquisas eleitorais, a de Mendonça Filho e a de Patrícia Domingos.
Mendonça tem algumas vantagens na disputa tendo em vista que, além de ter aparecido em segundo lugar isolado na pesquisa do PDT no cenário em que o eleitor leva em consideração que Túlio Gadêlha é o candidato de Ciro Gomes, também vai contar com o segundo maior tempo de rádio e televisão na disputa. Além disso, uma pesquisa realizada pelo Instituto Conectar mostrou que Mendonça é o candidato mais associado a Bolsonaro no Recife.
Já Patrícia Domingos optou por se desvincular do eleitor bolsonarista e ser a candidata de Sérgio Moro e representante da Lava-jato no Recife, o quê, do ponto de vista de estratégia eleitoral, não lhe trouxe tantos frutos, tendo em vista que o eleitorado bolsonarista é muito maior. Mas ela também leva uma pequena fatia do eleitor que apoia o presidente.
Tendo em vista a necessidade de acabar com a hegemonia de 20 anos do PT/PSB no Recife, o eleitor de oposição pode vir a ignorar as disputas fratricidas que a oposição vive internamente e apostar no voto útil no candidato que tem a maior possibilidade de chegar ao segundo turno.
Nesse cenário, as pequenas candidaturas se tornariam inexpressivas e o postulante que estivesse à frente seria alçado ao segundo turno pelo eleitor de direita. A possibilidade disso acontecer é grande, tendo em vista que o eleitor de oposição do Recife tende a ser extremamente politizado e estratégico, levando em consideração mais o que é favorável para a causa da direita e não aceitando qualquer tipo de voto de cabresto imposto por caciques políticos.
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