A Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) recebeu, neste sábado (28), o economista e pesquisador Gil do Vigor no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) e no Centro de Internação Provisória (Cenip) de Caruaru. O momento foi uma oportunidade para que o cientista pudesse colher depoimentos dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa a fim de aprofundar sua pesquisa de doutorado de Philosophy Doctor (PhD) na Universidade de Chicago, nos Estados Unidos.
Durante a visita, Gil conheceu a estrutura das unidades, as especificidades das medidas socioeducativas e as atividades realizadas com os jovens. Além disso, Gil palestrou para os adolescentes e jovens sobre a importância dos estudos e entrevistou alguns socioeducandos e seus familiares.
“A Funase entende a importância de colaborar com a pesquisa científica e com a academia, que se apresenta desde o nosso compartilhamento de estatísticas até as visitas técnicas promovidas. Colaborar em uma produção científica dessa magnitude só reforça a confiança e segurança que se tem nos dados publicizados e na abertura que o sistema socioeducativo de Pernambuco possui para a ciência”, comenta a presidente da Funase, Raissa Braga, que acompanhou a visita.
Para Gil, a conversa com os socioeducandos permitiu que ele e os jovens pudessem entender mais o papel da educação na sociedade. “Notei que ao refletirem sobre seus passos, os adolescentes conseguem entender que pode existir um mundo os esperando, mas que a educação deve ser a prioridade. A escola pode e deve ser um lugar de acolhimento, de pertencimento, isto é, uma arquiteta de oportunidades”, comenta o pesquisador, que conclui: “na Funase, os jovens têm experiências socioeducativas, com a arte, cultivam horta, entre outras atividades. E é isso que permite a integração. É uma instituição que agrega valor a Pernambuco”.
Além disso, Gil comenta que acredita que um país deve aos seus cidadãos o sentimento de pertencimento e dignidade. “Sou grato e feliz pela minha pesquisa contribuir para análises importantes e que farão diferença para se ter esperança no futuro’’, expõe.
As entrevistas foram um momento para o pesquisador aprofundar o conteúdo do seu trabalho, ouvindo os socioeducandos sobre suas experiências de vida. Dessa forma, será possível desenvolver novas perspectivas, propostas e hipóteses para sua pesquisa.
Estatísticas da Funase
Para além da visita técnica, uma parte significativa das informações levantadas pelo pesquisador acerca da situação da socioeducação no estado foram colhidas publicamente no site da Funase, na área de Estatísticas e Relatórios. Nesses espaços, é possível encontrar os Boletins Estatísticos mensais da Funase, os quais constam estatísticas dos socioeducandos desde 2008, sendo eles: perfil, renda familiar, dependência química, município de procedência, escolaridade de entrada e atual, reincidência no sistema, ato infracional, síntese de saídas e entradas das unidades, entre outros.
Fotos: Marcelo Dettogni / Ascom Funase