O retorno da família Coelho aos braços do PSB é o assunto do momento no cenário político de Pernambuco. Isolado e sem espaço no governo de Raquel Lyra após as eleições de 2022, onde teve um bom desempenho, Miguel Coelho busca holofotes para o seu nome e firma importante aliança com João Campos, recebendo em troca a secretaria de turismo da Prefeitura do Recife, que será ocupada por seu irmão, o deputado estadual Antônio Coelho (UB).
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Os dois lados da moeda
Se por um lado Miguel Coelho, de certa forma, sai do isolamento, após expressiva votação quando candidato a governador em 2022, em contrapartida ele paga o preço da reprovação de boa parte de seus eleitores. Ao postar foto ao lado do irmão e do prefeito do Recife em sua rede social, centenas de seguidores não pouparam críticas ao ex-prefeito de Petrolina por conta da radical mudança de lado político.
Sem novidades
De certo, ao menos por enquanto, Miguel não deve estar preocupado com a reação negativa dos seus eleitores e também de vários aliados, que já pularam do barco comandado pelos Coelhos. Afinal, esse tipo de jogada é muito comum na política e tudo tem seu tempo e seu propósito. O tempo de Miguel agora é de pragmatismo e resiliência. Tudo isso pensando mais na frente. É sofrer agora, para ter um bom resultado amanhã, assim ele espera, obviamente.
A ingratidão de Raquel
A governadora Raquel Lyra teve um papel impulsionador nesta troca de lado feita por Miguel Coelho. Ele foi o primeiro candidato a declarar publicamente apoio a Raquel, ainda no domingo à noite, dia da votação após a abertura das urnas do primeiro turno das eleições de 2022 em Pernambuco. Fontes próximas ao jovem, deixaram claro que Raquel desdenhou do apoio e não deu o espaço esperado por Miguel em seu governo.
A resposta de Miguel Coelho
Como “vingança”, Miguel entrega a cadeira de seu irmão na ALEPE a um fiel aliado, o ex-deputado Edson Vieira, de Santa Cruz do Capibaribe. Vieira volta ao legislativo e reforça a parceria com os Coelhos no agreste, reduto político de Raquel Lyra. Era crescente o risco dos Vieiras serem “seduzidos” pelo poder palaciano e abandonar os antigos aliados. Desta forma, Miguel reafirma a importante aliança e mantêm seu território em Santa Cruz.
E o futuro?
A Deus pertence, simples assim. Miguel Coelho foi pragmático e, desta forma, não tem como avaliar se ele está certo ou errado ao desembarcar na prefeitura do Recife. Além disso, mesmo estando em palanques diferentes em 2022, a ligação entre os Coelhos e o PSB é antiga, desde os tempos em que FBC, pai de Miguel, serviu fielmente aos governos socialistas de Arraes e Eduardo Campos. Só o futuro dirá se Miguel Coelho vai colher bons frutos ou será apenas mais um a mudar de lado em busca de sobrevivência política. Ademais, o povo, leia-se o eleitor, tem memória muito curta e logo tudo isso será água passada embaixo da ponte, ou não.