Prefeitura do Recife deve informar o que faz com vacinas que sobram, diz Alcides Cardoso

Prefeitura do Recife deve informar o que faz com vacinas que sobram, diz Alcides Cardoso

O vereador do Recife, Alcides Cardoso (DEM), disse, nesta terça-feira (25/05), durante Reunião Ordinária remota da Câmara Municipal do Recife, que a gestão municipal tem a obrigação de informar à população como estão sendo utilizadas as sobras do imunizante contra a Covid-19, a chamada “xepa da vacina”, ao final de cada dia de aplicação nas unidades e postos de saúde onde estão está ocorrendo a vacinação.  

“Muitas cidades, como São Paulo, já apresentaram regulamentação para a aplicação dessas doses remanescentes e o próprio Ministério da Saúde se pronunciou sobre o assunto, orientando os municípios que, para não haver fraude nem casos de fura-filas, elas devem ser direcionadas aos grupos prioritários previstos no Plano Nacional de Imunizações, especialmente o contemplado no momento”, afirmou.  

De acordo com o democrata, um parecer técnico apresentado recentemente pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) já apontou falta de transparência pela administração municipal na divulgação de dados da vacinação contra a Covid-19 na capital pernambucana. No entanto, na avaliação do parlamentar, infelizmente a Prefeitura do Recife (PCR) não apresentou nenhum planejamento para essas doses em seu site oficial ou no Portal da Transparência.

Ao ser questionada por um jornal local sobre a questão, lembrou Alcides Cardoso, a Prefeitura enviou nota afirmando que, quando há sobras, a Secretaria de Saúde do Recife utiliza “diversas estratégias”, sem, no entanto, especificar regras claras e com a devida divulgação dos dados. Ele destacou que, até o momento, conforme dados divulgados pelos veículos de comunicação e nas redes sociais, 3% das pessoas que agendaram a vacinação não foram aos pontos de imunização no Recife.

“Esse percentual pode não parecer alto, mas até o começo de abril já equivalia a mais de 12 mil pessoas, um número que só cresce com o passar do tempo. É importante destacar que a vacina da Pfizer, por exemplo, chega a esses pontos em pó com um frasco de diluente. Cada frasco tem seis doses, não há opção de monodose, elas duram seis horas no cooler com termômetro”, declarou. “A ‘xepa da vacina” está sendo utilizada sem disciplinamento, daí a necessidade de ordenação e regulamentação”, defendeu Cardoso.  

O democrata reforçou que, na hipótese de haver frasco de vacina aberto, as doses remanescentes devem ser aproveitadas e ofertadas às pessoas previamente cadastradas no sistema da PCR, seguindo o grupo prioritário que está sendo contemplado no momento, que serão rapidamente mobilizadas pelas unidades de saúde, com a necessária divulgação dos dados. Uma vez adotadas essas medidas, pontuou, evitam-se irregularidades no uso dessas doses com a possibilidade de desperdício.

“É extremamente urgente e necessário que a Prefeitura aja com transparência, informando à população como estão sendo direcionadas as sobras da vacina”, alertou, salientando que no momento ainda não há um controle dos índices de contágio. “A gestão municipal deve atuar com extremo monitoramento dessas vacinas que não foram aplicadas, para evitar irregularidades, fura-filas e, sobretudo, o beneficiamento de pessoas que não estão no grupo das prioridades em detrimento de outras que necessitam da imunização com mais urgência”, completou Cardoso. 

Foto: Phillipe Jonathan/divulgação

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