Quem está em 4° lugar não pode falar em voto útil

Quem está em 4° lugar não pode falar em voto útil

A candidata a prefeita do Recife pelo Podemos, delegada Patrícia Domingos, passou a defender a tese do voto útil na sua candidatura após a divulgação da última pesquisa do Ibope. Porém, alguns pontos levantados pelo Pernambuco em Pauta mostram que a narrativa da candidata e do seu coordenador de campanha, Daniel Coelho, é incoerente.

Em primeiro lugar, a última pesquisa do Ibope mostrou que a candidata está em quarto lugar na campanha, estacionada no mesmo local, tendo em vista que não oscilou para além da margem de erro. É verdade que a candidata tem baixa rejeição, mas isso se deve ao fato de que é desconhecida por grande parte do eleitorado recifense.

Além disso, a candidatura de Patrícia Domingos não representa as mesmas ideias e posições do concorrente que ela quer suplantar, o candidato Mendonça Filho (DEM). Patrícia já mostrou que está distante do presidente Jair Bolsonaro, tendo preferência pelo ex-ministro Sérgio Moro. Enquanto isso, Mendonça já se reuniu com 9 ministros de Bolsonaro na pré-campanha e na campanha, articulando investimentos federais para o Recife.

Por fim, os indicativos de intenção de votos para o segundo turno não são o suficiente para justificar que a candidata seja alçada pelos eleitores de oposição. É consenso que o segundo turno é uma nova eleição, com novos fatores, sendo que, nesse ano, o apoio do presidente Jair Bolsonaro ao candidato de oposição no segundo turno será determinante para o pleito, e Mendonça já tem esse apoio garantido caso chegue ao segundo turno.

Ao contrário da narrativa que Patrícia tenta criar, foi Mendonça que se consolidou como o candidato de direita mais bem posicionado em todas as pesquisas. Portanto, a tendência de voto útil é justamente nele, que está à frente da disputa e na colocação que o possibilita disputar o segundo turno.

Nem só de narrativa vive uma eleição, mas a candidata está correta em tentar alavancar sua candidatura após passar várias semanas estagnada. Cabe ao eleitor decidir se abraça as ideias dela ou os fatos da política.

Foto: divulgação.

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