Todos contra um: Mendonça resiste a ataques de blogs e candidatos

Todos contra um: Mendonça resiste a ataques de blogs e candidatos

A campanha para prefeito do Recife de 2020 tem uma peculiaridade: apesar do desgaste natural do PSB, a oposição seguiu dividida na disputa com seis candidaturas. Mendonça Filho, Delegada Patrícia, Marco Aurélio, Alberto Feitosa, Carlos Andrade Lima e Charbel Maroun disputam o mesmo eleitorado na capital pernambucana.

Com o candidato do PSB à frente das pesquisas de todos os institutos, a esperança de cada candidato de oposição é ir para o segundo turno contra ele e conseguir vencer a disputa. Esse fato fez com que surgisse uma corrida pelo segundo turno que gerou uma disputa fratricida dentro da oposição.

Essa disputa suicida dentro de um bloco que não é favorito fez com que as campanhas e militâncias dos candidatos de oposição voltassem suas artilharias para Mendonça Filho, que largou na frente da disputa dentro do bloco, e esquecesse de atacar João Campos, que cresce quase livre e desimpedido, principalmente nas periferias do Recife.

Com ataques em grupos de Whatsapp, redes sociais e em blogs aliados, controem-se narrativas para influenciar os eleitores de direita a desistirem de Mendonça e passarem os votos para seus respectivos candidatos.

Dentro dessa estratégia fratricida, qualquer flutuação de Mendonça dentro da margem de erro é vista como o prenúncio de um apocalipse e qualquer pesquisa em que ele cresça é descartada para não atrapalhar a narrativa.

Mas o que se vê nas ruas é muito diferente da farsa que se monta. Nas ruas, os únicos candidatos a prefeito do Recife que tem número relevante de veículos com adesivos da sua campanha são Mendonça Filho e João Campos. Esse indicativo não deve ser analisado isoladamente, mas em conjunto com os demais fatores expostos.

Outra coisa importante de se observar é que, mesmo que um público mais jovem e engajado da direita esteja mais sujeito a ser influenciado pelas redes sociais, as pesquisas mostram que grande parte do eleitorado de Mendonça é politicamente madura e vai seguir com o ex-ministro na disputa. Por causa disso, na ânsia de enfraquecer Mendonça, a oposição pode levar a disputa a um segundo turno entre João Campos e Marília Arraes.

Porém, é importante ressaltar que, apesar da narrativa que os demais candidatos pretendem montar, Mendonça continua sólido na disputa e aparece como o candidato mais bem posicionado da oposição na maioria das pesquisas, inclusive, tendo sido o único a crescer na última pesquisa do Ipespe/Folha.

Já o discurso que se tem levantado quanto ao segundo turno faz com que o eleitor de direita ignore que a disputa será influenciada pelo apoio do presidente Jair Bolsonaro ao candidato de oposição. Essa estratégia é mais utilizada pela candidata Patrícia Domingos, que não é alinhada com os valores conservadores do presidente da República.

Com o objetivo de crescerem na campanha, os candidatos paraquedistas da oposição tentam explorar a ansiedade do eleitores de direita para que os conservadores levem gato por lebre na campanha. Para se viabilizarem, apoiadores de Moro se passam por bolsonaristas, ex-aliados do PSB vestem a camisa de Bolsonaro e corruptos notórios passam a defender o combate à corrupção.

A direita terá que mostrar se prefere uma carreira sólida e coerente de trinta anos ou as ilusões de uma centro-esquerda disfarçada e oportunista.

Foto: ABr.

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